sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Guarujá, São Paulo.

 

Segundo dizem, o Guarujá é a “Pérola do Atlântico”. Localizada a 80 km de São Paulo, na Ilha de Santo Amaro, o Guarujá é um dos destinos turísticos mais visitados do litoral paulista. O “Guarú”, como é chamado pelos íntimos, possui muitas praias, algumas bonitas, outras “cinza” demais. O concreto impera. É comum ver edifícios inteiros construídos em cima dos costões e todas as praias têm construções em excesso. Tem gente que gosta, outros que odeiam. 

A cidade possui trilhas, mirantes, praias, ilhas, fortes e fortalezas, além de ótimos picos para a prática do surf, principalmente na Praia do Tombo, que recebe o selo Praia Azul,a mais alta certificação ambiental e de qualidade que uma praia pode receber no mundo (embora muitas praias do Brasil sejam melhores, mais limpas e mais organizadas que o Tombo).

As diferenças sociais também são bem visíveis no Guarujá. Nas primeiras quadras (ou quarteirões), somente bonitos prédios e casarões, e a riqueza enche os olhos de quem passa. Apenas algumas ruas pra trás, gente simples e diversas favelas. E falando nisso, é bom abrir os olhos: o índice de roubos e de assaltos é sempre alto no Guarujá, inclusive na beira da praia. Ande somente com o necessário e não deixe nada de bobeira no carro. Recebi diversas orientações relativas a segurança quando cheguei no Guarujá e isso talvez tenha me impactado negativamente de alguma forma. Mas tenho que falar a verdade: mesmo com tudo isso, passei ótimos momentos na Praia do Tombo, nas Astúrias e nas Pitangueiras e posso dizer que, embora prefira a natureza das praias do litoral norte, até gostei do equilíbrio estranho do concreto com o oceano. 

Onde comer e onde ficar não são nenhum problema por aqui. Não faltam é hotéis, restaurantes, lancherias e pousadas. A infra estrutura turística é excelente mesmo nos tumultuados meses de verão. 

Apesar de ter crescido desordenadamente e sem respeitar as riquezas naturais da região, a cidade ainda conserva um pouquinho de sua bela mata nativa, e não é raro observar belas aves e alguns animais silvestres. 

Não pude tirar mais fotos porque choveu demais nos três dias em que fiquei no Guarujá.

Praia do Tombo

As construções invadem morros, costões e praias. O crescimento foi desordenado e agressivo, mas estranhamente existe um equilíbrio entre o oceano, a mata e o concreto.

 A natureza é exuberante até mesmo durante o inverno.

No Guarujá visitamos o Acqua Mundo, um dos maiores aquários da América do Sul, onde se pode conhecer um pouco da vida marinha da região e de outros pontos do país. Acho que toda grande cidade costeira deveria ter um desses. A melhor maneira de se fazer uma verdadeira educação ambiental é fazr com que as pessoas conheçam e gostem da natureza. Só assim irão pensar em protejê-la. Recomendo a visita.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Arraial de São João, Parque Nacional da Serra da Canastra, MG



O Arraial São João Batista da Canastra é um pequeno e mágico portal, que dá acesso ao Parque Nacional da Serra da Canastra. São João pertence ao município de São Roque de Minas, e é ponto de encontro de naturalistas, ambientalistas, jeepeiros, ciclistas, motociclistas e praticantes do vôo livre.  No local existem pouco mais de 150 habitantes, pequenos comércios e poucas pousadas.

São dois os pontos fortes do Arraial: a culinária local e a natureza. 

Lindas cachoeiras, muitas aves e um grande número de animais e de belezas naturais encantam até o homem de coração mais duro.  O Parque da Canastra foi criado em 1972, em uma área de 71.525 hectares de terra, onde podemos encontrar inúmeras cachoeiras, nascentes (inclusive a do Rio São Francisco). Montanhas, colinas, chapadões e espécies como o lobo-guará, o tamanduá bandeira, veados campeiros, onças, jaguatiricas, tatus e um enorme número de aves podem ser avistados tanto no Parque quanto fora dele.

A distância entre os pontos turísticos da região normalmente é grande e um carro off-road é sempre bem vindo. Alguns carros de passeio sofrem um pouco para chegar até lá, pois as estradas nem sempre são boas no árido cerrado mineiro. Mas as belezas da região certamente compensam. E as delícias culinárias também. 


COMO CHEGAR
Saindo de Araxá, você pega a estrada que leva a cidade de Tapira, em direção a Serra. Logo depois que passa a entrada do Horizonte Perdido, existe uma cidade de terra que leva a Tragédia, um pequeno povoado localizado na beira da estrada. Dali é só seguir as placas que indicam o caminho até o Arraial.

COORDENADAS
Latitude: S20°06.752´
Longitude: WO46°39.212´

ONDE FICAR
Existem poucas pousadas no Arraial. Certifique-se de que há vagas antes de ir até lá.

ONDE COMER
O Bar do Seu Vicente e o Bar do Velho Chico são duas boas opções no Arraial. Para quem vai até a Cachoeira do Fundão, o pessoal da fazenda também prepara um almoço simples, mas muito caprichado, por R$ 15 por pessoa. Mas em todos eles, é melhor encomendar antes a refeição. 

NUNCA jogue cigarros pela janela do seu carro. O clioma na Serra é muito seco e fazendo isso você vai acabar colocando fogo no Parque. Centenas de queimadas começam assim todo ano. Fogueiras também são proibidas.

NÃO ande de jeep ou de moto fora das estradas. Muitos animais são atropelados assim e acabam morrendo, sem falar na frágil vegetação do Cerrado que acaba destruída.

NUNCA deixe seu lixo na natureza ou perto das cachoeiras. A água é a maior riqueza da Canastra. Preserve!


Arraial de São João, uma das entradas do Parque Nacional da Serra da Canastra




Garagem de Pedras é um mirante natural de frente para a serra paralela à Canastra, a Babilônia. Entre as duas serras está o Vale dos Cândidos. Pelo que sei esse local servia de abrigo aos pesquisadores, e hoje guarda alguns equipamentos que a equipe usa para proteger o parque das queimadas.


 Galera comemorando a final do campeonato brasileiro de vôo livre no Bar do Vicente


 Lua Cheia na Canastra


"Para se ter uma ideia de como é fascinante a paisagem ali, 
o leitor deve imaginar em conjunto tudo o que a natureza tem de mais encantador: um céu de um azul puríssimo, montanhas coroadas de rochas, uma cachoeira majestosa, águas de uma limpidez sem par, o verde cintilante das folhagens e, finalmente, as matas virgens, que exibem todos os tipos de vegetação tropical"
Auguste de Saint-Hilaire, 1819 (Viagem às Nascentes do Rio São Francisco)





 Numa relax, numa tranquila, numa boa. Assim é a Canastra.


Cachoira do Jota
Essa é a Cachoeira de mais fácil acesso. Fica a pouco mais de 1km do Arraial, tem uma trilha curta e fácil e é uma cachoeira que você pode nadar e ficar embaixo da queda sem problema algum. É rasa, gelada e segura. Na fazendo do Jota, que fica logo depois da queda, d´água, atravessa a pequena ponte e pode comprar o famoso Queijo da Canastra. Essa dica é quente e você não vai se arrepender.





 Dá para entender poque existem tantas aves nesse local


 Igreja São João Batista

 Bar do Seu Vicente

 A entrada do Arraial

 É difícil, mas às vezes chove.


  Tamanduá-bandeira, um dos animais-símbolo da Canastra


Uma das cenas mais tristes da Canastra. As queimadas começam com fogueiras ou com um simples cigarro, que encontra a vegetação ceca do Cerrado e se alastra por todo o Parque. Muitos animais morrem e a vegetação acaba sendo toda destruída. 



De olho nas rotas aéreas

"A simplicidade é o mais elevado grau de sofisticação". Leonardo da Vinci

 Uma das entradas do Parque Nacional da Serra da Canastra
  

Cachoira do Fundão
A Cachoeira do Fundão (ou Picolé) é uma das mais belas quedas d´água da Canastra. Essa também é uma cachoeira proveitosa, onde você pode nadar tranquilamente. Atras da queda tem uma espécie de caverna onde as andorinhas fazem seus ninhos. O acesso até o Picolé (que leva esse nome por causa da água gelada) é de nível razoável. Dá para chegar lá tranquilo mas é preciso pernas fortes e um razoável preparo físico.